Parte 1

Seu ouvido zunia, não conseguia escutar direito, a respiração abafada para não denunciar seu esconderijo, o barulho da chuva batendo forte em sua jaqueta de couro quase não era captado por seu ouvido.
Destravou sua pistola e tentou escutar algo, não conseguiu, apenas o zumbido provocado pelo tiro que Pedro dispara-ra perto de seu rosto.
Agora Pedro estava morto, e ele com certeza tambem estaria se não escapasse dali.
- Alemã-ao? cadê você?
escutou a voz de seu perseguidor, em meio ao zunido insistente. segurou mais firmemente a pistola 9mm. como odiou aquela voz "cantando" o seu nome.
Ainda tinha 3 balas, e com certeza bem mais que 3 caras perseguindo-o, o beco onde estava o ajudava a se esconder, era um breu, teve sorte de não tropeçar em algo quando se escondeu.
Abaixado atrás de umas caixas de papelão empilhadas em meio ao lixo viu duas sombras se aproximando da entrada do beco onde se refugiara dos tiros de Ramalho.
Se esforçou para escutar seus passos, mas foi em vão, o zumbido continuava, escutou a voz de Ramalho perguntando algo ao seu Guarda costas, que como todos os seus homens, parecia um gorila, mas mesmo perto, não entendeu o que ele tinha dito.
Sua respiração já não estava mais ofegante, totalmente concentrado, Fred segurou firmemente sua fiel pistola.
Dizem que quando você encara a morte, a vida passa como um filme em sua frente, mas Fred so pensava em sair dali e comprar uma cerveja.
Resolveu que se ficasse ali por mais tempo, iriam chegar mais gorilas, e ele não tinha bala para todos.
Saltou de trás das caixas, o brilho prateado de sua arma foi a ultima coisa que o gorila viu, dois tiros em sequência, um para cada, a satisfação de ver Ramalho caido feito uma boneca no chão o fez dar uma risada.
Ele correu a toda velocidade para a saída do beco, a esquerda, pelo que se lembrava, dava para uma cerca do pátio de uma fábrica.
Enquanto corria olhou para a direita e viu o corpo de Pedro caido no chão no fim do corredor, a porta dos fundos do bar de Ramalho ainda estava escancarada, cheia de corpos pelo chão.
Pulou com muita agilidade na cerca de telas de ferro, e comecou a escalar. quando alcançou o topo viu os primeiros clarões de tiros rangando o ar em sua direção, apesar da altura da cerca resolveu pular, foi recebido no chão com um tiro no ombro , mas apesar do impacto, não sentiu dor, amaldiçoou o gorila por ter estragado sua jaqueta nova.
Correu em direção a fábrica, novamente a escuridão o ajudaria a se esconder, não pensava em nada, a excitação e o instindo de sobrevivência o dominou.
Venceu a grande distância que o separava da escuridão protetora em poucos segundos, e assim que se viu coberto pelas trevas, virou-se na direção dos seus perseguidores, quatro no total, dois deles já tinham pulado as telas, e os outros dois escalavam a mesma, todos de arma em punho, mas nenhum com lanterna. estava em vantagem.
Olhou ao redor, seus olhos se acostumaram rapido a escuridão. já identifica-ra o pequeno brilho vermelho do sensor de alarme, bem a sua frente ao lado de uma empilhadeira, existiam várias caixas grandes de madeira, e quatro cilindros de gás natural pintados de branco...



Em breve eu vou postar as outras partes..
gostaria que comentassem a primeira parte.
abração!

Grande Lebowsky

Eu normalmente não colocaria textos ou outros materias que não fossem de minha autoria, mas como esse belo texto é de autoria de um grande amigo meu, resolvi, movido pelo orgulho de tão ilustre amigo, dividir aqui com vocês.


"Nossos sonhos são a parte melhor de nossas vidas.. "

Joseph Ernest Renan

Pobre Joseph, talvez fosse mais um desses escritores românticos franceses, que não imaginavam uma sociedade ultra pós-moderna como essa em que vivemos, onde sonhos nada mais são do que simplórios dogmas do passado, onde a Liberdade, tão lutada, reivindicada e conquistada em seu tempo e país, hoje apenas não passa de condicionamento e até a liberdade de sonhar é algo controlável por moralismos, costumes e tradições.
Como então continuar com esse que é o maior de todos os sonhos que estamos aprisionados, que é a liberdade? E que desde os tempos Platônicos almejamos?
Simples, que decretem por Lei Universal o fim dos sonhos de uma vez por todas, já que de sonhos estamos fartos, de sonhos estamos privados e cansados.
Que não sonhem mais, apenas vivam, existam e façam algo para que não mais precisemos sonhar e criar doces deletérios de um mundo melhor, inatingível e querido.
Afinal não estamos no supra-sensível como querem os filósofos, estamos sim confinados a viver conforme ditam as regras e seguimos conforme somos lubrificados, como máquinas, essas quais não sonham, não pensam.
Sejamos apenas máquinas de produzir, criar, destruir, sugar e dormir.
E sejamos principalmente Humanos, livres para ter pesadelos como esse que tive, de um mundo sem sonhos, sem esperança e sempre principalmente o que há de mais essencial em nós que é sonhar!



Visitem o Blog do Lebowsky